Soneto n° 13

Ó grande escritor, dono do destino, 
Narre-me, sem usar caneta ou tinta. 
Para corrigir, não para que minta, 
Suplico, da borracha faça meu hino. 

Não uma vida com cinzel desenhada. 
Em todo ato, refazer cada trecho, 
Todas linhas, para cada desfecho. 
Múltiplas vezes, por toda toada. 

E ao final, sem madeira talhada. 
Apenas outro rascunho borrado, 
Combustível para qualquer fornalha. 

Para quê, todo sempre ser lembrada? 
Se interessa a esse único brocado, 
Tanto vitórias, quanto toda falha. 

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