Eu perambulava despedaçado.
Havia perdido os gostos e os versos.
Com esperanças e sonhos submersos,
nenhum traço ou formato realçado.
Ressignificando o amor ante os sábios,
minha nova musa achou-me por sestro.
Devolveu-me a música, reforjou o estro.
Meus beijos renasceram em seus lábios.
Para se encontrar não basta um espelho,
nem amor, fulgor, cuidado ou traquejo;
indispensável é fazer-se inteiro.
Transbordar-se para além do bedelho.
Dessarte, do outro tocar o sobejo.
Misturar-se, porém manter-se meeiro.
- 2019 -
Mostrando postagens com marcador Soneto. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Soneto. Mostrar todas as postagens
Soneto nº 6
Quando a água não mata mais a sede,
e a melhor comida não satisfaz.
Quando não se é mais um nó na rede,
e a opinião dos outros, liquefaz.
Quando saberes, lacunas medram,
e os deuses estão desacreditados.
Quando dos sonhos somente restam
os impossíveis ou realizados.
Quando, na vida, graça já não resta,
e procuram-se explicações na morte,
está-se pronto para descobrir:
se, por um lado, a razão nos atesta,
temos sentimentos que a nós, por sorte,
ofuscando o pensar, fazem sorrir.
- 2002 -
e a melhor comida não satisfaz.
Quando não se é mais um nó na rede,
e a opinião dos outros, liquefaz.
Quando saberes, lacunas medram,
e os deuses estão desacreditados.
Quando dos sonhos somente restam
os impossíveis ou realizados.
Quando, na vida, graça já não resta,
e procuram-se explicações na morte,
está-se pronto para descobrir:
se, por um lado, a razão nos atesta,
temos sentimentos que a nós, por sorte,
ofuscando o pensar, fazem sorrir.
- 2002 -
Soneto nº 08
Já tive amores de mim projetados,
destes que nascem a partir de um sonho,
destes que eu faço, que eu mesmo proponho,
egocentristas, sempre fracassados.
Os amores reais são mais difíceis,
porque do mundo precisam nascer,
para, então, no tempo, amadurecer.
São maravilhosos, indescritíveis.
Fazem o meu corpo sentir-se vivo,
minha mente, na vida, achar sentido,
meu espírito rumar para o futuro.
E, se o amor real conceder seu crivo,
o onírico ficará desmentido.
Será real, ideal e venturo.
- 2006 -
destes que nascem a partir de um sonho,
destes que eu faço, que eu mesmo proponho,
egocentristas, sempre fracassados.
Os amores reais são mais difíceis,
porque do mundo precisam nascer,
para, então, no tempo, amadurecer.
São maravilhosos, indescritíveis.
Fazem o meu corpo sentir-se vivo,
minha mente, na vida, achar sentido,
meu espírito rumar para o futuro.
E, se o amor real conceder seu crivo,
o onírico ficará desmentido.
Será real, ideal e venturo.
- 2006 -
Assinar:
Postagens (Atom)