Escova, pia,
café, jornal,
gravata, camisa.
Fé no final.
TV, sapato.
Beijo na esposa, já no carro.
Trabalho. Trabalho. Trabalho.
Um dia normal,
dia sem igual.
Caneta, folha.
Chefe. Caralho.
Trabalho. Trabalho. Trabalho.
Filho, esposa, janta.
Chá p´ra dor de garganta.
Sono, cama, manta.
A fé a vida engana.
Um dia normal,
dia sem igual.
- 1997 -
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Há mais de um mês venho aqui em vão. Não há uma linha nova sequer. Não tenho o direito de pedir nada, mas sou cara de pau: volte a escrever! Neste mar de vazio que é a internet, suas palavras fazem falta.
ResponderExcluirO ano é 2019, e alguém acompanha um blog, justo aquele que se tornou mais repositório particular que textos direcionados ao público.
ResponderExcluirFico meio lisonjeado, meio constrangido. Na parte que sobra, intrigado.
Mas acho que o desapontamento q provocarei é inevitável.
Sou de pouca inspiração. Acabo escrevendo de vez em nunca, a ponto de ter deixado esse espaço em branco por uma década.
Sua resposta me deixou com um sorriso de orelha a orelha. Me senti como aquelas adolescentes que acampam na porta do hotel e conseguem um autógrafo do vocalista da banda!
ExcluirBem, não sei como é seu processo de escrita, mas muitas vezes não tem nada de inspiração. É mais uma necessidade de externar coisas ou uma tentativa de "materializar" com palavras sentimentos e sensações que nos tomam.
Curiosamente, também tive um outro blog (até 2008 para ser precisa) que abandonei quando minha vida entrou no modo piloto automático do casamento e da rotina (risos). Mas esse ano saí do piloto automático e aí as inquietações me fizeram voltar a escrever e a resgatar escritos antigos. Porém, ao contrário de você, eu esqueci completamente o login e a senha do outro blog - apaguei da memória por completo. O seu sempre esteve aqui... talvez, no fundo, você sabia que voltaria.
Também me casei em 2008, e me separei e 2018.
ResponderExcluirTalvez as mudanças tenham me inspirado a voltar.
Fiquei muito tempo sem escrever. Muito mesmo.
A retomada veio de um desejo de guardar em algum lugar as coisas que remontam meu passado.
Na última mudança de casa, abri pastas antigas, cheias de textos a mão, tirei fotos e pensei, vou passá-los a limpo no antigo blog antes que se tornem ilegíveis.
O que te fez sair do piloto automático?
É, parece que a Teoria do Grande Filtro se aplica aos casamentos que chegam aos 10 anos! Bem, pelo menos você parece já ter se separado. Eu passei da fase da negação e estou na das tratativas. Deseje-me sorte!
ExcluirNão há um marco preciso no tempo, mas parece que depois de muitos anos empurrando a vida com a barriga de repente percebi um monte de coisas que não estavam me fazendo bem. A gente se acomoda com um trabalho ruim porque ele é necessário e paga as contas, com um casamento falido porque toda ruptura cobra seu preço, mas um dia a casa cai.
Todo esse desgaste e insatisfação acomodada vai se acumulando na gente e tem repercussões físicas até. Um dia me olhei no espelho e tinha engordado uns 20 quilos sem perceber. Fora o hemograma todo fora dos valores de referência, a queda de cabelo... Nem me reconheci no dia em que acordei.
Não tenho mais 20 anos nem estou tão velha a ponto de dar tudo por perdido, então estou no agora ou nunca da vida. Se você está na casa dos 30 e tal/40 acho que vai me entender.
Escrevi um monte de coisas sobre separações, recomeços e afins. Vou digitando aos poucos depois.
Ainda bem que você fotografou os textos antes que eles se tornassem ilegíveis! Seria uma perda inestimável.
36. Já tive a crise da auto imagem, já tive a crise da ausência de sentido (essa há mais tempo). A coisa só melhorou quando passei a tocar um dia por vez. Ainda mais para um niilista como eu.
ResponderExcluirMas acho que continuo empurrando a vida com a barriga. Matando o tempo antes que ele me mate.
Separações de casamentos longos sempre implicam dor e luto. E acho que cada um descobre seu jeito de superar. Torço para que você encontre o seu.
Eu tenho 35. Isso é quase metade da expectativa de vida no Brasil - então realmente penso muito que não sou mais tão nova, mas também ainda tenho potencial (risos).
ResponderExcluirEmpurrar a vida com a barriga é meio inevitável, porque, sejamos sinceros, a vida é muito chata e superestimada 90% do tempo. Aí tem uma ou outra coisa muito boa que a gente se esforça para que dure e faça todo resto valer a pena.
A tática de viver um dia por vez, sem muitas expectativas, é a mais sábia. Mas eu confesso minha dificuldade quanto a isso. Sou naturalmente ansiosa; pensar demais é uma droga!
Preciso confessar minha ignorância: qual é a diferença prática entre um niilista e um ateísta? Nunca convivi com alguém que se intitulasse niilista, mas ateus conheço vários...
Quanto às separações, para mim são sempre um horror. Nem falo de relacionamentos amorosos longos, mas de tudo mesmo. Eu sou do tipo inevitavelmente apegada - que inferno! - e sinto falta de pessoas, de lugares, de comidas de restaurantes que fecharam... Tenho tentado não pensar muito e expandir meu pequeno círculo social para sair mais e ficar menos em casa olhando para o teto. Se não ajudar, acho que não vai atrapalhar!
Esse Blogger está com um problema sério, depende de em que navegador abro aparece opção de responder. Em outros, só consigo inserir novo comentário.
ResponderExcluirA diferença de um niilista e de um ateu? Bom, o ateu não acredita em Deus, isso pode ou não ter implicações relativas a identificar sentido na vida. Há por exemplo existencialistas que, apesar de não enxergarem sentido a priori defendem a ideia de que se deve construir um sentido. Há aqueles que enxergam sentido numa perspectiva social, etc.
Os niilistas não percebem nenhum sentido na vida (nem em nada, na verdade) e não identificam nenhuma necessidade de atribuir.
Na dúvida, recomendo fortemente assistir Rick and Morty.
Concordo que a vida seja superestimada, mas depois que entendemos isso, e que tudo nela carece de sentido, daí ela fica legal!
E é só pensando demais que dá para aproveitar todas as nuances. Mas pensar demais tem que servir para identificar o que tem solução e o que não tem, e para ignorar aquilo que não tem.
Curiosamente fazer 35 também foi um marco para mim. Sempre encarei a idade como a metade da vida. Resultado: estou viajando muito mais e comendo mais vezes em lugares legais!
Sair mais? Você é de SP, certo? Desde que voltei para cá, ainda não consegui parar.... são tantas opções...
O Blogger é muito bugado. Ontem, quando respondi seu comentário lá no meu texto, acabei escrevendo um segundo comentário que complementava o primeiro e hoje vi que só a primeira parte apareceu. Perdi a outra parte todinha. Que raiva!!!
ExcluirAnotei a dica do programa para assistir. E acho que entendi a diferença.
Quando você diz que não há necessidade em atribuir sentido à vida, isso traz um alívio enorme. Um dia chego a esta paz de não procurar respostas em vão!
Uma amiga me disse que precisamos colocar as coisas que não têm solução em uma caixinha e deixá-las lá. Tão simples, né? Só que não! Hehehe! Mas eu concordo que a vida, apesar dos pesares, com ou sem sentido, é superestimada mas legal. Se assim não fosse, era mais fácil pular na frente do trem (cruzes!).
Estou em São Paulo, sim, e gosto demais da cidade, embora esteja cogitando seriamente ir embora. Mas isso é uma ideia para o ano que vem. Até lá vou tentar experimentar o máximo que puder para tomar uma decisão consciente.
Para alguns traz alívio, para outros a falta de sentido traz uma espécie de depressão.
ExcluirMas ainda sobre o programa, em certo momento Morty, uma criança, conclui: "Ninguém existe de propósito. Ninguém pertence a qualquer lugar. Todo mundo vai morrer ... Venha assistir TV"
Eu não definiria melhor.
Eu voltei para SP neste ano, depois de uma jornada de 10 anos fora. Mal lembrava o quanto me fazia falta.
São Paulo é maravilhosa, é o mais perto de NYC que temos, dá para encontrar de tudo, comer de tudo e tem gente de tudo que é tipo. Para trabalhar também é provavelmente a melhor opção e, apesar dos pesares, não é das cidades mais violentas. O que me incomoda um pouco aqui são as pessoas. Acho o paulistano um tanto hostil. Pelo menos até você criar um certo grau de intimidade, parece que todo mundo é meio desconfiado, meio cabreiro. De qualquer forma, sou 100% urbana e dentre as capitais onde eu viveria numa boa está difícil encontrar opção melhor. Esse meu espírito "wanderlust" é que às vezes teima em querer se aventurar por aí.
ExcluirSério que você acha as pessoas de SP hostis/fechadas? Todo mundo fala isso, mas sinto algo tão oposto... é até complicado explicar.
ResponderExcluirAcho que para mim, trocar SP com um sorriso no rosto só por NYC, Madrid ou Londres.
Talvez você não tenha essa impressão por estar acostumado a lugares onde as pessoas são ainda piores, tipo Curitiba. Mas eu acho, sim, as pessoas muito fechadas em SP. O tratamento que a gente recebe como cliente de um restaurante ou paciente de um médico, esse é bem acima da média nacional. Mas, de resto, acho que as pessoas são até cordiais, mas pouco dispostas a muito assunto. A vida é mais corrida por aqui.
ExcluirDe qualquer forma, o que é a suposta hostilidade paulistana para quem se aventuraria a morar em NY?
Dessa sua lista tríplice, NY e Londres não surpreendem. Madri, sim. Todo mundo cai de amores por Barcelona e Madri é sempre preterida, mas eu mesma prefiro Madri. Aliás, se for para escolher capital latina na Europa, prefiro Madri a Paris. Embora Paris tenha seus muitos encantos, parisiense nocauteia todo mundo em termos de antipatia.
Londres é a minha escolha número um, sempre. Eu troco a Quinta Avenida pela Oxford Street e a Times Square pela Picadilly Circus, que tem teatros que não devem muito aos da Broadway.
É tão maravilhoso caminhar por Londres e ver história e referências musicais inesperadas a cada esquina... E ainda por cima tem museus maravilhosos com entrada gratuita. Um sonho de cidade!
Um dia, pretendo tirar um mês inteiro de férias e ficar lá. O British Museum tem visitas guiadas temáticas com especialistas de todas as áreas que variam ao longo da semana. Então (por exemplo), às segundas tem um especialista em Egito, às terças tem um professor de cultura greco-romana e por aí vai. Sem contar todas as lindas igrejas e os pubs sensacionais. Definitivamente, é para onde eu me mudaria ontem se pudesse.
Aliás, a Inglaterra nos presenteou com: um dos idiomas mais melódicos que tem; Newton; Hooke; Darwin; Dalton; Shakespeare, Lord Byron e diversos autores incríveis (vou incluir até a Agatha Christie, porque ela faz parte da minha adolescência - adorava Hercule Poirot); a Revolução Industrial; os melhores estilos musicais e as melhores bandas; Monty Python; ale; fish and chips... Poderia ficar aqui duas horas e ainda esqueceria várias pessoas e coisas. Enfim, eu gosto “só um pouquinho” de lá!
Muitos temas.
ExcluirAcho que admiro a cordialidade de SP, tanto enquanto consumidor, quanto o bom dia do elevador. Quanto ao muito assunto, concordo que a vida seja corrida, mas quando há tempo, aqui consigo assuntos mais profundos.
Mas sou fã da cidade, então a afirmação tem muito viés.
Paris é engraçada mesmo, como turista é ótimo, mas depois de uma semana já começo a me sentir mal com a população local.
Madrid tem a cultura formal (Prado, etc.) e uma cultura informal muito bacanas. Saudades de rodar em Chueca.
Curto a vida boêmia de rua, a ponto de preferir Madrid à Londres.
Confesso que Londres despertou um sentimento anarquista dentro de mim, com aquele monte de estátuas de nobres e generais. Apesar de a cidade ser maravilhosa, isso me incomodou. Mas trocaria SP por Londres fácil.
Pena que a vida profissional que escolhi me prende ao Brasil.
Não sabia das visitas guiadas temáticas ao British. Bom saber, mas acho que não devo retornar tão cedo. Muitas cidades ainda por conhecer. Até hoje só repeti NY (minha favorita).
Quanto à cultura inglesa, tirando o "fish and chips", estou totalmente de acordo. Monty Python S2.
“Muitos temas.” - Hahahahaha! Isso é tão tipicamente "eu"! Me desculpe... :-D
ExcluirHá uma lista enorme de lugares que quero muito visitar e tenho conseguido conhecer novas cidades a cada ano, mas entre uma novidade e outra sempre acabo repetindo as algumas. É muito bom voltar menos afoito e mais disposto a procurar lugares fora do roteiro turístico básico. Você talvez tenha notado isso em NY (que quando voltamos a um lugar as impressões mudam bastante).
Eu fujo um pouco desses roteiros, para ser sincera. Já fui a NY mais de uma vez também, mas nunca fui à Estátua da Liberdade...
De qualquer forma, para tantos destinos desejados, haja dinheiro e tempo!
Carne é muito melhor do que peixe, mas prefiro mil vezes comer fish and chips numa folha de jornal do que torta de rim com purê de ervilhas. A culinária inglesa realmente não me apetece muito, mas isso é um detalhe dentre tantas coisas boas. E nos pubs sempre rola um bom hambúrguer para amenizar.
Tenho um mapinha no trip advisor que fico marcando cada cidade pela qual já passei.
ResponderExcluirVer as flags aumentando de número me dá certo prazer. Também serve para recordar, já que não curto ficar tirando fotos.
Entendo a questão de evitar pontos turísticos (não que eu não vá a eles) mas aprecio muito viver a cidade: andar de metro, falar com pessoas, parar nos cafés.
Mas para tantos destinos desejados, é realmente preciso paciência, ainda tenho umas 4 viagens longas e caras que preciso fazer em vida. Daí me dou por satisfeito e começo a repetir destinos e ir para lugares menos "usuais".
Eu adoro planejar viagens! Fico meses pesquisando lugares, percursos, restaurantes e tudo mais. É muito prazeroso, ainda que eu acabe desvirtuando do roteiro ao me deparar com a realidade. Gosto de andar sem rumo e ir descobrindo coisas (dependendo do lugar fica complicado fazer isso). Tenho alguns roteiros por fazer ainda, creio que mais do que quatro...
ExcluirAchava que só eu não gostasse de tirar fotos. É tão bobo perder tempo com algo que provavelmente ficará esquecido num pen drive! Antigamente era mais divertido, porque o cúmulo do luxo era um filme de 36 poses, então a gente pensava mil vezes antes de fotografar e só usava o filme com o que valia a pena. Hoje em dia é um disparate. Noto que as pessoas não aproveitam as coisas na sanha de fotografar (e o mais curioso é que há milhares de fotos iguais e melhores na internet).
A visão nunca foi meu forte, então acredito ter desenvolvido os outros sentidos. Tenho excelente memória auditiva, olfativa e um paladar bem apurado (quando a rinite permite). Às vezes um cheiro ou uma música me trazem muito mais recordações do que uma fotografia poderia trazer. Lembrei daquela música do CAS que diz “said you wear a new perfume for each city that you visit so you can always remember how it felt to be there”.
Minhas viagens já foram mais planejadas que as últimas. Meus últimos anos foram muito malucos com trabalho, só nesse ano decidi reduzir a marcha. Na correria, o planejamento de viagens acabou passando para um segundo plano.
ExcluirTudo bem que nesse ano já fiz duas e continuei pouco planejado. Acho que incorporei o mau hábito.
Essa questão da utilidade do registro é bem curiosa. Lá na sétima série tomei uma decisão que se tornou indissociável de como lido com a vida. Decidi não anotar nada, de nenhuma matéria, se não fosse ler depois. Um ano depois, já não usava cadernos.
Você tem rinite. Eu, rinite e asma. Acho que só comecei a apurar meu paladar nos últimos anos. Mas desde então a coisa tem se aprofundado. Até montei um clube de degustação de vinhos com os amigos próximos.
Planejar viagens é importante até certo ponto, para não descobrirmos depois que perdemos algo imperdível, mas não planejar não chega a ser um mau hábito. Já reparei que nada do que planejei demais deu certo, então acho que a filosofia do “let it be” tem seu valor. O inopinado pode ser supreendentemente bom!
ExcluirNão sei quantas vezes meus pais foram chamados pela diretora da escola porque eu não copiava a matéria. Mas isso desde o primário mesmo. Para alguém “certinha”, acho que tenho um quê de rebeldia! Depois, mais velha, no Ensino Médio, nem os livros eu comprava mais se não tinha intenção de estudar aquela matéria... Não escrevo se não vou ler, não compro coisas que sei que não vou usar. Acho que sou a única mulher que conheço que usa todas as roupas que tem e não faz compras por impulso.
Asma é complicado! Já tive que usar Berotec e aquela bombinha num período da minha vida, mas depois melhorei, foi um quadro agudo. Com esse clima de SP que vai do calor para o frio e vice versa o tempo todo não há sistema respiratório que dê conta.
Clube de degustação de vinhos é um hobby muito chique! Sou totalmente amadora no assunto, em um teste cego passaria vergonha por não saber diferenciar a maioria das uvas.
Ah, mas se tiver degustação de queijos também, aí eu mando bem. Sou uma ratazana. Hehehe!
ResponderExcluirConseguir identificar as reais necessidades é algo bastante incomum. Tanto em homens quanto em mulheres. Eu, por exemplo, por vezes compro jogos que ficam mais de ano na prateleira por falta de tempo.
ExcluirQuanto à asma, bom, no meu caso é um pouco mais complicado. É aquela coisa de uso continuo de medicamento e tudo o mais. O clima de SP não ajuda, mas a seca de Brasília também não ajudava.
Queijos sempre acompanham bem um vinho. Mas por aqui, as estrelas são os vinhos.
Degustar vinhos não tem muito segredo. Basta experimentar uma quantidade variada significativa que se vai aprendendo a diferenciar.